MARGARIDA TENGARRINHA EM ALBUFEIRA PARA FALAR DA DITADURA QUE ABRIL DERRUBOU

MARGARIDA TENGARRINHA EM ALBUFEIRA PARA FALAR DA DITADURA QUE ABRIL DERRUBOU

Margarida Tengarrinha, nome emblemático da Revolução de Abril, vai estar em Albufeira a 26 de abril, no âmbito das Comemorações municipais da Revolução dos Cravos, para nos falar do que era Portugal no período da Ditadura. Relatos na primeira pessoa, para assistir no Arquivo Histórico, às 14h30 de 26 de abril.

“Que ditadura foi essa que a revolução 25 de abril derrubou?”, é o mote para a conversa que a Profª. Margarida Tengarrinha vai ter com todos aqueles que se deslocarem às 14h30 de 26 de abril ao Arquivo Histórico de Albufeira. Trata-se de mais um encontro no âmbito do ciclo de Tertúlias que este espaço tem vindo a organizar. A tertúlia de Abril pretende assinalar os 45 anos da Revolução de Abril, dando a conhecer a luta que muitos portugueses empreenderam contra o regime de Salazar e homenagear uma mulher anti-fascista e uma combatente pela liberdade.

Margarida Tengarrinha, nasceu em Portimão em 1928, estudou na Escola Superior de Belas Artes em Lisboa, onde conheceu aquele que haveria de ser o seu companheiro e pai das duas filhas, o pintor José Dias Coelho, membro destacado do Partido Comunista Português. José Dias Coelho, já comunista de gema, ela membro do MUD (Movimento de Unidade Democrática) Juvenil, protestavam contra a guerra e deixavam mensagens de protesto nos murais a dizer “Queremos paz!”. Foi com ele que acabou por trocar uma vida confortável de filha da classe média alta do Algarve pela vida difícil da clandestinidade e da luta contra a Ditadura de Salazar. Entre as décadas de 50 e 60, tempos conturbados para os opositores ao regime, teve duas filhas, Teresa e Guidinha.

Margarida, que era Teresa, falsificava identidades com José Dias Coelho, que também tinha outro nome, Fausto, para apoiar os que lutavam contra a ditadura, montaram uma oficina onde se dedicavam à falsificação de bilhetes de identidade e de passaportes. Durante a década de 1950, as casas de Margarida e José foram dos mais importantes núcleos de resistência ao Estado Novo. A vida com o Pintor José Dias Coelho, no entanto, acabaria cedo de mais. A 19 de dezembro de 1961, com apenas 38 anos de idade, seria assassinado pela PIDE. Zeca Afonso tornou a sua morte imortal na canção ”A morte saiu a rua”.

Revoltada e angustiada pela morte do companheiro foi para Moscovo trabalhar com Álvaro Cunhal. Foi com o apoio de Cunhal que viu garantida a segurança das suas filhas. Depois do 25 de Abril foi membro do Comité Central do PCP e deputada do PCP pelo Algarve.

Em 2014, pelo seu percurso na área cultural e na defesa dos direitos das mulheres, Margarida Tengarrinha foi a primeira distinguida com o Prémio Maria Veleda. Continua a ser Professora de História de Arte na Universidade Sénior de Portimão.

A não perder. Entrada livre.

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