A sessão de abertura do Smart Cities Tour 2018, que decorreu ontem no Salão Nobre da Câmara Municipal de Albufeira, contou com as Intervenções de Carlos Silva e Sousa (presidente da Câmara Municipal de Albufeira), Francisco Serra (presidente da CCDR Algarve), António Almeida Henriques (vice-presidente da ANMP), Miguel de Castro Neto (Coordenador da Smart Cities Tour), Pedro Braga (Fundação AIP) e Abel Aguiar (da Altice).
Subordinado ao tema “Cidade como Plataforma”, a sessão abordou áreas como a gestão integrada, internet das coisas, dados abertos, transformação digital, segurança pública, planeamento territorial sustentável e gestão de sistemas urbanos.
Durante a sua intervenção Carlos Silva e Sousa destacou a importância de Albufeira pertencer à rede de cidades inteligentes, o que na sua opinião constitui um enorme desafio e um contributo importante em termos da gestão do território. “Ser uma Smart City permite melhorar a gestão dos recursos, o que se reveste de particular importância numa altura de grande exigência política em que temos que nos socorrer de todos os mecanismos disponíveis na gestão da coisa pública, e para isso o conhecimento é fundamental”. Albufeira é um dos principais destinos turísticos do País, o que naturalmente tem enormes repercussões, não só ao nível da gestão e manutenção das infraestruturas públicas (águas, saneamento básico, estradas, iluminação pública, etc.), mas também no que se refere à divulgação da nossa marca a quem nos visita e à responsabilidade de atrair novos investimentos que contribuam para melhorar a qualidade de vida de quem aqui vive e trabalha, justificou. “Neste momento temos em curso vários projetos que assentam nas novas tecnologias da comunicação e informação, que fazem parte de uma infraestrutura integrada que irá potenciar a comunicação com o cidadão, promover a cidade turisticamente, oferecer serviços online e divulgar a estratégia e a obra feita pelo Município”. Existe um Sistema de Gestão Integrado de Dados Alfanuméricos e Geográficos com enorme interesse a nível operacional, tático e estratégico e que visa alcançar os objetivos traçados pela Autarquia com a máxima eficácia e eficiência e os recursos humanos, financeiros e materiais disponíveis. Trata-se de uma importante ferramenta que possibilita a criação, edição e análise de qualquer tipo de dados alfanuméricos e geográficos, e gera relatórios. O sistema, que permite interagir com uma base de dados em tempo real, funciona como um importante repositório de dados de apoio à gestão. Neste âmbito há a destacar a área de gestão de empreitadas, informações cadastrais, gestão de perdas de água, limpeza e desobstrução de coletores, limpeza de linhas de água, leitura de contadores, entre outros. Existe também uma plataforma única, que disponibiliza um diretório de serviços, com informação útil para os munícipes e para os turistas, através de painéis LCD distribuídos por diversos equipamentos municipais, uma plataforma web (albufeira.pt) de promoção turística adaptada a todos os tipos de dispositivos e aliado a esta, várias aplicações: APP-Turismo, aplicação integrada com a rede de transportes, que permite em tempo real consultar as rotas, tempos de espera e paragens mais próximas; APP – Proteção Civil, que recebe os alertas e avisos relativos às condições meteorológicas, bem como os procedimentos a adotar em caso de emergência, informação sobre riscos e medidas de autoproteção, contactos de emergência, etc.; APP-Percursos Pedestres, que disponibiliza informação sobre os percursos existentes, com descrição de cada percurso, distâncias, duração média, altitude, monumentos, flora e fauna do local. Dispomos ainda de vários pontos de WI-FI gratuitos, Becons, que permitem ao utilizador acesso a um conjunto diversificado de informações, certificação dos sistemas de segurança da informação e um programa comunitário de Desfibrilhação Automática Externa (DAE). “Estes projetos são extremamente importantes e colocam Albufeira no centro do atual movimento de transformação das cidades que irá resultar em ganhos acrescidos ao nível da sustentabilidade, da eficiência e da atratividade económica do concelho”, destacou.
A corroborar a opinião do anfitrião, o presidente da secção de Cidades Inteligentes da ANMP sublinhou que “as cidades e regiões que perderem o comboio da inteligência e da inovação ficarão, durante gerações, com um défice muito elevado de competitividade, eficiência e atratividade”. António Henriques chamou a atenção para a importância de se debaterem estes temas, do envolvimento de diferentes entidades no processo, (autarquias, universidade, empresas) e a necessidade de olhar o território como um todo, encarando os municípios como potenciadores do desenvolvimento económico. “Hoje o grande desafio passa por construir boas autoestradas no domínio das comunicações, por isso a tecnologia é fundamental, mas o verdadeiro desígnio é acabar com as assimetrias ao nível da acessibilidade digital”.
O coordenador da Smart Cities Tour destacou que hoje em dia o desenvolvimento económico e social dos países assenta nas cidades, “menos de 2% das cidades cobrem menos de 2% da superfície terrestre, 50% das cidades alojam 50% da população mundial, 75% consomem 75% da energia mundial e 80% das cidades produzem 80% das emissões CO2, o que constitui um importante desafio e oportunidades para os territórios”. Miguel de Castro frisou que para alcançar o desafio da Inteligência Urbana é fundamental recorrer à tecnologia, caminhando no sentido de um novo paradigma de desenvolvimento urbano, assente na transformação digital das cidades: tornando-as mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.