ALBUFEIRA ACOLHE A III FEIRA DAS LÍNGUAS E DOS POVOS EM MOBILIDADE

No Dia Europeu das Línguas, que se celebra a 26 de setembro, desde 2001, sob a égide do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, Albufeira acolheu o evento “Dia Europeu das Línguas e dos Povos em Mobilidade”, que decorreu no Parque do Ribeiro, junto à principal entrada da cidade, entre as 10h00 e as 20h00. Apesar de já estarmos no outono, o sol estava radioso, e emprestou ainda mais brilho às várias dezenas de alunos dos diversos Agrupamentos de Albufeira que desfilaram com enormes sorrisos no rosto, hasteando as diferentes bandeiras da Europa, desde o Centro de Saúde de Albufeira até ao recinto onde decorreu o evento. No local havia stands de diversas instituições, nomeadamente do IPDJ, ISTA, Associação Alegria do Leste, DG de Tradução da Comissão Europeia, Rede de Bibliotecas Escolares dos três Agrupamentos de Albufeira, Cambridge Assessement English, Centro de Ciência Viva, EAPN (rede antipobreza) e Universidade do Algarve, ACM (Alto Comissariado para as Migrações), CCVAlg e um palco, onde decorreu o programa de animação. O Dia Europeu das Línguas tem por objetivo a celebração do património linguístico e da diversidade cultural comuns ao continente europeu. Refira-se que na Europa existem mais de 225 línguas faladas, sendo que a maior parte das línguas europeias utiliza o alfabeto latino.

A inauguração da III Feira das Línguas e dos Povos em Mobilidade, decorreu com o Desfile de Bandeiras dos diversos países europeus e culminou com os discursos das entidades presentes. Trata-se de uma parceria entre o Europe Direct Algarve e o Município de Albufeira que contou com o apoio de várias instituições, com destaque para a Universidade do Algarve.

O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, que foi o primeiro a usar da palavra, destacou que “a língua é um dos principais aspetos da comunicação, sendo importante, para além da língua materna, aprender outras línguas estrangeiras”. José Carlos Rolo mostrou-se muito satisfeito pela presença de bastantes jovens das escolas do concelho, bem como de outras escolas da região, nomeadamente de Lagos, Loulé e do Colégio Internacional de Vilamoura. O autarca sublinhou, uma vez mais, “a importância das línguas, sobretudo num município cuja base da economia reside no Turismo, tendo informado que numa das escolas do 1.º ciclo do concelho existem 45 alunos de nacionalidades diferentes. Por isso tem que haver essa facilidade de interagir com quem nos visita, mas também com os muitos imigrantes que fazem parte da nossa comunidade”, concluiu.

Francisco Oliveira, presidente da Assembleia Municipal de Albufeira, referiu que “o Dia da Língua é fundamental para a comunicação, para estarmos em grupo, bem como para o desenvolvimento da capacidade mental e da aprendizagem” e saudou todos os jovens presentes.

O diretor da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade do Algarve, Sérgio Vieira, por sua vez, realçou que “o Dia Europeu da Língua é o Dia da Diversidade”. A língua é uma ferramenta que permite a informação e a transmissão de conhecimentos que visam perpetuar a cultura e as emoções, permitindo interagir com pessoas de diferentes nacionalidades, sublinhou.

Já Manuel Célio Conceição, responsável pela mentoria do evento, presidente ex-oficio do Conselho Europeu das Línguas e Docente na Universidade do Algarve, com o apoio da Direção Geral de Tradução da Comissão Europeia em Portugal, disse “acima de tudo, a minha Língua sou Eu. Não há hierarquia entre línguas e já que estão cá pessoas de nacionalidades diferentes ensinem-nos, também, a vossa língua, com vista a incentivar a tolerância e a existência de uma sociedade melhor, que nos permita vivermos em paz”. Cada um tem a sua identidade, mas há que saber respeitar todos, afirmou, ainda, chamando a atenção para o tema das comemorações de 2023 “Unidos na Diversidade”.

A vereadora Cláudia Guedelha agradeceu a oportunidade de receber a III Feira das Línguas e dos Povos em Mobilidade em Albufeira. Na sua intervenção utilizou a máxima “Todos diferentes, todos iguais” para destacar que a língua deve ser um instrumento de aproximação entre pessoas de diferentes nacionalidades”. A língua não deve ser uma barreira, mas um fator de aproximação, concluiu.

No final dos discursos, os jovens gritaram a plenos pulmões “juntos somos mais fortes”.

O programa prosseguiu com a visita dos participantes aos vários espaços expositivos, onde os jovens tiveram a oportunidade de recolher diverso material informativo, com a hora do conto (com tradução em simultâneo para inglês e espanhol), apresentação do livro “O Lápis”, também com tradução simultânea pelos alunos do Colégio de Vilamoura, Danças, Leitura Expressiva de um excerto de D. Quixote, SPEAKSPEEDDATING, canções para os imigrantes, Tertúlia: Línguas, mobilidade, inclusão e equidade, Workshop Danças do Mundo, Coro Nacional “Vereteno”, atividades no âmbito do projeto MUDAKI, DOINA e muito mais.

Por toda a Europa, 700 milhões de europeus dos 46 estados-membros do Conselho da Europa são incentivados a aprender mais línguas, em qualquer idade. O Conselho da Europa promove o plurilinguismo em todo o continente, acreditando que a diversidade linguística é uma “estrada” para alcançar uma maior compreensão intercultural e um elemento-chave da riqueza do património cultural da Europa.

Refira-se que no dia anterior ao evento, esteve uma estrutura móvel localizada junto ao Centro de Saúde, denominada “Roadshow Eurodesk”, da Agência Nacional ERASMUS + JÁ e Corpo Europeu de Solidariedade, destinada a alunos e jovens a partir do 9.º ano até aos 30 anos de idade

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