”Palavras com que brinco e aprendo” é o mais recente livro da APEO – Associação de Pesquisa e Estudo da Oralidade, numa edição crítica de Ruivinho Brazão. Trata-se da primeira publicação de uma série de três, no âmbito do Património Oral, resultantes de uma recolha exaustiva efectuada em Paderne e Boliqueime e que se insere num projecto iniciado em 1994 que abarca igualmente a selecção e edição crítica desse espólio imaterial. A apresentação desta obra, no passado dia 17, marcou a celebração do 11º aniversário da Biblioteca Municipal.
Nesta apresentação, diversas crianças apresentaram algumas das recolhas e o auditório da Biblioteca encheu-se para as ouvir. A apresentação da obra pertenceu a Olga da Fonseca da Escola Superior de Educação da Universidade do Algarve, que salientou tratar-se de uma obra “para crianças dos 2 aos 6 anos, para lhes ser lida por adultos”. Esta investigadora frisou o lado lúdico, social e psicomotor contidos nesta vertente da literatura oral, frisando igualmente o seu contexto e marcas socioeconómicas.
Marlene Silva, vereadora da Cultura salientou que a Biblioteca continuará aberta a projectos desta Natureza e manifestou o seu contentamento por ver a “casa” cheia de pessoas e de todas a idades. O Presidente da Câmara Municipal destacou a importância de se continuar a registar a produção e edição de obras documentais para a história do Município. Quem prometeu continuidade a este projecto da APEO foi também a Delegada Regional do Ministério da Cultura, Alexandra Gonçalves, que enalteceu o trabalho já desenvolvido por Ruivinho Brazão.
A ilustração desta obra contou com a parceria da área do Design de Comunicação da Universidade do Algarve, através da estudante Inês Gonçalves, responsável pela ilustração e grafismo editorial, que na altura referiu ter optado por “uma ilustração com a qual as crianças se identificassem”.
Ruivinho Brazão sublinhou por fim que “a oralidade tradicional preserva a sensibilidade pura da nossa cultura de raiz, livremente expressa, no pensar e no querer, no sonhar e no agir do povo que somos e que é o melhor que ainda temos”.
Ausentes, o Presidente da Junta de Freguesia de Paderne enviou uma mensagem congratulando esta pesquisa e a patrona, e Lídia Jorge enalteceu a obra do amigo, a importância da literatura oral, assim como o papel da Biblioteca na cultura de um concelho.