Conferência de Imprensa sobre o Acidente na A 22

Conferência de Imprensa sobre o Acidente na A 22

O Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro da Autoridade Nacional de Proteção Civil e o Município de Albufeira promoveram ontem, 18 de junho, uma Conferência de Imprensa no edifício dos Paços do Concelho para prestar esclarecimentos sobre o acidente rodoviário que se registou na noite anterior na Via do Infante (A22) com um autocarro que transportava turistas holandeses.

O encontro com a comunicação social foi precedido de um briefing operacional com todos os Agentes de Proteção Civil e Entidades Cooperantes que participaram nas operações de socorro e que contou com a presença do Embaixador do Reino dos Países Baixos em Portugal, Govert Jan Bijl de Vroe e da Cônsul no Algarve, A. Reugebrink, do presidente da Associação de Municípios do Algarve, do presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, Diretor da Frota Azul, responsáveis da Euroscut, Diretor Geral da TUI, representantes do SEEF, Cruz Vermelha, Bombeiros, GNR, Autoridade Marítima, Vereadora da Câmara Municipal de Albufeira responsável pelo pelouro da Proteção Civil e dos responsáveis regionais pelas áreas da Saúde e Turismo.

Na mesa da Conferência, que começou às 19h00, a responder aos jornalistas estiveram o Embaixador Govert de Vroe, o Comandante Operacional do CDOS de Faro, Vítor Vaz Pinto, o presidente do Município de Albufeira, Carlos Silva e Sousa, e o Diretor Geral da TUI Holanda, Hans Van Haelemeesch.

Foi apresentado o balanço da ocorrência, no qual foram revelados os seguintes dados: o alerta foi dado, na quarta-feira, pelas 23h02, via 112, para um despiste rodoviário de um autocarro na A22, ao Km 28, no sítio de Texugueiras, concelho de Albufeira. O pesado de passageiros, pertencente à empresa Frota Azul, realizava o transporte de turistas holandeses, entre o aeroporto de Faro e a cidade de Lagos, com paragens previstas em Armação de Pêra e Praia da Rocha, em Portimão. Dos 34 ocupantes: 33 eram de nacionalidade holandesa, incluindo uma criança de três anos e o motorista de nacionalidade portuguesa.

Após o alerta foi automaticamente ativado o Plano Prévio de Intervenção (PPI) Específico para a Via do Infante pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro, acionando de imediato os meios de socorro e assistência.

Estiveram envolvidos diretamente nas operações de proteção e socorro 61 veículos dos diferentes Agentes de Proteção Civil e Entidades Cooperantes, dois helicópteros de emergência médica, a Unidade Móvel de Intervenção Psicológica e de Emergência do INEM, um Posto Médico Avançado, 156 operacionais de 9 Corpo rações de Bombeiros da região, INEM, GNR, Serviço Municipal de Proteção Civil de Albufeira, Cruz Vermelha Portuguesa, Euroscut (entidade exploradora da Via) e da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC).

As operações de resgate e socorro ficaram concluídas pelas 02h30, sensivelmente três horas e meia após o acidente. Com a remoção do veículo do local, que ocorreu perto das 7h00, o trânsito, que chegou a ser cortado nos dois sentidos da A22, regressou à normalidade.

Do balanço do acidente, à hora da Conferência de Imprensa, há a registar três turistas holandeses mortos e 31 feridos, três dos quais em estado grave. Um dos feridos, politraumatizado, foi transportado de helicóptero para o Hospital de S. José, em Lisboa, enquanto os restantes foram assistidos nos hospitais de Faro e Portimão e nos Serviços de Urgência Básica de Albufeira e Loulé. Seis das 31 pessoas que receberam assistência médica durante a noite mantêm-se internadas, mas apenas uma mulher de 64 anos encontra-se no hospital de Faro com prognóstico reservado. Notícia de última hora dá conta de que faleceu hoje, elevando para quatro o número de mortes no acidente.

Carlos Silva e Sousa, que acompanhou as operações no local do acidente, durante a noite, aproveitou para, em seu nome pessoal e de todos os albufeirenses, apresentar condolências às famílias das vítimas e ao povo holandês pela tragédia, tendo destacado a eficácia e profissionalismo de todas forças envolvidas nas operações de socorro e salvamento. “É um momento de enorme tristeza, mas em que não podemos deixar de enaltecer o empenhamento de todos, Proteção Civil, Bombeiros, INEM, Cruz Vermelha, GNR, SEEF, Entidades de Saúde, Embaixada, Operador Turístico e demais entidades cooperantes, não esquecendo os funcionários da Autarquia que estiveram no local até às 5h00, numa missão de solidariedade, a fornecer mantimentos aos feridos e operacionais e a transportar as bagagens das vítimas numa viatura da Autarquia para um local seguro”. Salientou ainda que estas tragédias podem ocorrer em qualquer lugar do mundo, mas que a forma expedita e eficiente na prestação do socorro às vítimas por parte de todas as entidades envolvidas é o comprovativo de que o Algarve é um destino seguro.

Também o Embaixador dos Países Baixos em Portugal elogiou o trabalho das autoridades portuguesas no socorro às vítimas. O diplomata lamentou a morte dos três concidadãos, manifestando o seu pesar aos feridos e aos respetivos familiares. Govert de Vroe referiu ter aproveitado o dia para se reunir com as entidades envolvidas no socorro e visitar as vítimas nos hospitais e nos hotéis para onde seguiram após terem alta. “A Embaixada está no Algarve a prestar o apoio aos holandeses vítimas do acidente, em colaboração com o operador turístico e uma organização holandesa denominada SOS, para que estas pessoas possam regressar a casa o mais rapidamente possível. Agradeceu às equipas de emergência e às autoridades portuguesas pelos esforços realizados na resolução do acidente, tendo informado que o governo holandês manifestou disponibilidade às autoridades nacionais para ajudar na investigação das causas do acidente.
O Diretor de Comunicação da TUI para a Bélgica e Holanda, Hans Vanhaelmeesch, por sua vez considerou que este foi “um dia trágico para o Turismo, a Holanda e o Algarve”, mas apesar da tragédia elogiou “a atuação profissional e organizada dos serviços de emergência, nomeadamente no que respeita às operações de socorro e à forma como os feridos foram tratados nos hospitais da região”.

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