Está pois tudo bem encaminhado para que até 2025, dois prédios urbanos, atualmente devolutos, no sítio do Tominhal, na freguesia de Ferreiras, dêm lugar a um Pólo de Formação Profissional nas áreas da Hotelaria, Restauração e Turismo, o que “irá contribuir para melhorar a competitividade das empresas e a qualificação profissional dos recursos humanos do concelho, de forma a que possam servir melhor quem escolhe Albufeira como destino turístico”, sublinhou José Carlos Rolo.
O início da construção deverá ocorrer no prazo máximo de três anos, a partir da data da escritura de constituição do direito de superfície a favor do IEFP, no entanto, quer o presidente da Câmara Municipal de Albufeira quer o Secretário de Estado estão de acordo em que a mesma ocorra o mais rapidamente possível.
“Da nossa parte tudo faremos para que este pólo profissional em breve seja uma realidade, um centro de transmissão de saberes e competências para o Turismo e outras atividades direta ou indiretamente ligadas ao setor”, disse o presidente da autarquia .
“A formação e a reconversação profissional de desempregados e ativos é essencial para que um destino essencialmente turístico como Albufeira continue a competir com outros mercados concorrentes”, reforçou José Carlos Rolo que mostrou grande preocupação com a falta de mão de obra na região, não só na área do turismo, como em outros setores de atividade; situação agravada pela falta de alojamento a preços comportáveis para a esmagadora maioria dos trabalhadores.
“Albufeira é um dos grandes motores económicos do Algarve e este Pólo de Formação, para além de possibilitar a qualificação dos profissionais do turismo, de Albufeira e dos concelhos vizinhos, contribuiu para a diversificação da base económica e de capital humano da região”, sublinhou Miguel Cabrita. O governante, destacou o empenhamento da Ministra Ana Mendes Godinho para que as áreas de formação, no chamado Plano de Recuperação e Resiliência - PRR “sejam o reflexo da expressão que devem ter do ponto de vista da prioridade do país”. Dos novos centros programados a nível nacional, este vai ser o primeiro a avançar, era uma necessidade sentida há muito, mas “Albufeira está no pelotão da frente desta aposta por ter o trabalho de casa feito”, por conjuntamente com o IEFP ter desenvolvido esforços no sentido de encontrar o local e as vontades necessárias para levar o projeto em frente, sendo que a homologação do presente protocolo corresponde ao primeiro investimento totalmente de raíz no âmbito do PRR, sublinhou.
Com base no protocolo, agora homologado, a Câmara Municipal de Albufeira cedeu ao IEFP dois prédios urbanos, em Ferreiras, que irão acolher o futuro Centro de Formação, cabendo àquele organismo a responsabilidade de aí instalar o referido Pólo de Formação Profissional, assegurando os encargos financeiros decorrentes da elaboração do projeto de arquitetura, construção, equipamento e funcionamento das atividades formativas.
Os dois prédios cedidos pela autarquia têm um total de 2658 metros quadrados, sendo que “a construção do Pólo envolve um investimento superior a 3 milhões de euros”, (mais de 2 milhões destinados à construção da infraestrutura e 1 milhão para o equipamento), informou o secretário de Estado Miguel Cabrita, completando que o Pólo de Formação Profissional de Albufeira tem capacidade para 160 postos de formação, num total de 1000 pessoas por ano que aqui irão ser formadas.
A ministra Ana Mendes Godinho, por sua vez, enfatizou a importância das parcerias para ultrapassar momentos difíceis “só em conjunto podemos ultrapassar momentos críticos coletivos”, como foi o caso da pandemia e dos problemas de desemprego associados. Uma das grandes evidências passa pelo emprego, justificando que foi possível manter o emprego quando o mercado deixou de funcionar por razões sanitárias e os serviços públicos se reinventaram, “criando medidas nunca antes vistas e mobilizando recursos nunca antes mobilizados” para dar resposta às necessidades. A governante deu como exemplo o facto de que na crise anterior (com o mercado a funcionar) houve meses em que se ultrapassou 18% de taxa de desemprego, “desta vez conseguimos, mesmo nos momentos mais críticos, não ultrapassar os 8%, isto graças à reinvenção total das funções do Estado, que procurou, até de uma forma artificial, criar medidas para suster e manter o emprego por um lado, mas respondendo, também, às situações de desemprego, criando medidas de apoio à contratação e à reconversão profissional. Neste momento estamos com uma taxa de desemprego mais baixa do que a taxa verificada antes do início da pandemia: 6,1%, o que resulta do esforço e da articulação permanente de todos (empresas, trabalhadores, setor social, autarquias e entidades da administração pública central), num esforço conjunto extraordinário para ultrapassar a situação.
Destacou, igualmente, a necessidade e importância de se fazerem “investimentos estruturais de transformação” para evitar desigualdades sociais, garantindo a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, a entrada no mercado de trabalho, combater a precaridade laboral, situações de isolamento social e a eliminação do risco de pobreza, através da criação de ciclos de inovação. Para isso há que aproveitar as verbas disponibilizadas pelo PRR e pelo Portugal 2030, com grande foco e investimento na dimensão das qualificações como motor determinante para uma sociedade mais inclusiva, garantindo que mesmo as transformações ambientais e digitais não deixam ninguém de fora.
“Não temos tempo, temos que acelerar para ver as mudanças”, temos que nos focar nos resultados, como fizemos com a pandemia, eliminar a burocracia e ter a capacidade de fazer a leitura no terreno para uma ação rápida, movidos pela necessidade de transformação na vida das pessoas, naquela que é a nossa missão pública, para garantir uma sociedade mais inclusiva e a competitividade dos territórios”, disse.
Ana Mendes Godinho concluiu a sua intervenção com a afirmação de que “o Centro de Formação de Albufeira será um grande balão de oxigénio para o território, permitindo o arranque de um motor essencial para quebrar ciclos de pobreza e criar ciclos de inovação”.